Entre as técnicas apresentadas estão as da boneca abayomi, do papel machê e da impressão botânica
Você sabe o que é uma boneca abayomi? A palavra tem origem no iorubá (abay=encontro e omi=precioso) é uma boneca negra, um símbolo de resistência. Conta a história que, para acalentar seus filhos durante as viagens a bordo dos navios negreiros entre a África e o Brasil, as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e, a partir deles, criavam pequenas bonecas de tecido negro feitas de tranças, nós, cortes ou dobraduras, que serviam como amuleto.
Há também outra versão para a origem dessas bonecas sem cola, costura, olhos, boca, detalhes ou estrutura interna. A abayomi teria surgido no Brasil, na década de 1980, pelas mãos da artesã maranhense Lena Martins, militante do Movimento das Mulheres Negras à época. Ela teria se inspirado na mãe, uma costureira que produzia bonecas tradicionais, para trabalhar a temática negra.
Já pensou em aprender a técnica? No perfil da APPA Arte e Cultura no YouTube, a oficina mediada pela equipe do Programa Receptivo e Educativo do Palácio da Liberdade ensina o passo a passo para reproduzir essa arte. A confecção da boneca abayomi é simples e fácil: são precisos apenas tecidos pretos (alguns em tiras e malha PV) e coloridos, fita métrica e tesoura de ponta.
Outra oficina curiosa é a de papel machê. Antes de explicar a técnica, a equipe do Programa Receptivo e Educativo informa que cômodos do Palácio da Liberdade, como o hall de entrada, o Salão do Couro e a Sala do Almoço, têm ornamentos no teto feitos com papel machê. A técnica de “empapelamento” surgiu em Veneza, na Itália, no século XVII, espalhou-se pela China e Pérsia, até chegar à Europa pelas mãos de artesãos franceses para fins artísticos.
O papel machê é atualmente utilizado em ornamentação e em esculturas. A técnica artesanal para fazer a massa é relativamente simples e leva ingredientes baratos: papel (que pode ser até higiênico) picado, saladeira, 200 g de farinha de trigo, 5 colheres de sopa de gesso, 100 ml de cola branca, 100 g de amido de milho, copo de medida, colher de sopa, vinagre, peneira grande, recipiente, óleo de cozinha (ou óleo mineral) e garrafa térmica com água quente.
A oficina de Eco Print, Impressão Botânica: Dos Hardins para a sua Casa ensina uma técnica sustentável. Pouca gente desconfia, mas os Jardins do Palácio são um patrimônio vivo, apesar de projetados há mais de um século pelo paisagista francês Paul Villon. Com ipês, palmeiras, cedros, mognos e paus-brasil, ele tem espécies nativas e de outras partes do mundo. Para manter vivo esse patrimônio natural, requer muitos cuidados. A equipe do Educativo e Receptivo ensina a fazer um registro desse jardim com impressão botânica.
Fotos: Poly Acerbi



