Gabinete do Tempo: Conheça os ex-governadores de Minas Gerais que chegaram à presidência do Brasil

Por meio da websérie Gabinete do Tempo, a equipe do Palácio da Liberdade apresenta informações e pautas educacionais que fazem parte da história de Belo Horizonte e de Minas Gerais sob uma perspectiva política.

Em maio e junho, foram disponibilizados dois conteúdos em vídeo explicando a trajetória e atuação dos dois primeiros ex-governadores mineiros que chegaram à presidência do Brasil: Afonso Pena e Wenceslau Braz. Confira:

Afonso Pena

Afonso Augusto Moreira Pena nasceu em 1847, na cidade de Santa Bárbara (MG). Formado em Direito, foi colega de classe de personalidades, como Rui Barbosa, Castro Alves, Joaquim Nabuco e Bias Fortes. Afonso Pena participou de importantes momentos da história brasileira. Foi um dos abolicionistas atuantes na aprovação da Lei dos Sexagenários em 1885. A partir daquele momento, a lei concedia a liberdade aos escravizados que tinham 60 anos ou mais. Afonso Pena também participou da elaboração do Código Civil Brasileiro em 1888, um importante marco no reconhecimento dos direitos e deveres da população.

Tudo isso no final do século XIX, momento em que o Brasil deixava de ser uma monarquia e se tornava uma República. Afonso Pena foi contra o movimento republicano. Em 1889, tentou se afastar da política. Segundo ele, o Brasil não estava preparado para a mudança de regime. 

O estadista retorna à vida pública em 1892, tornando-se Presidente do Estado de Minas Gerais. Isso mesmo, antigamente os governadores eram chamados de presidentes do estado. A capital ainda era Ouro Preto.

Afonso Pena foi assinou a lei que estabelecia a construção de uma nova capital, a Cidade de Minas, hoje, Belo Horizonte. 

Nossa “Beagá” foi a primeira capital planejada do Brasil, seguindo moldes dos ideais republicanos. Era conhecida como uma cidade moderna, símbolo da República. 

Em 1906, Afonso Pena realizou uma de suas maiores ambições: tornou-se presidente do Brasil, cargo que ocupou durante três anos, até sua morte, em 1909. Acometido por forte pneumonia, faleceu no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, capital federal no período. Seu mandato foi concluído pelo vice-presidente, Nilo Peçanha.

Na Sala de Retratos do Palácio da Liberdade, você encontrará Afonso Pena junto à galeria de governadores do estado.

Clique aqui para acessar o conteúdo completo em vídeo.

Wenceslau Braz

Wenceslau Braz Pereira Gomes nasceu de família muito influente em Minas Gerais, no ano de 1868, em São Caetano da Vargem Grande, atual Brazópolis, renomeada para homenagear o pai do ex-governador. A importância política de sua família pode ser notada também com seu primo, Delfim Moreira, 10º presidente do Brasil, um dos personagens dos nossos próximos episódios.

Jovem, Wenceslau organizou o Partido Republicano e Abolicionista de sua cidade natal, conquistando a libertação de escravizados da região. Neste período, também organizou cursos de alfabetização com alguns colegas republicanos. Essa postura humanista o acompanhou durante toda a vida. 

Braz foi promotor de justiça, vereador e prefeito no interior de Minas Gerais, além de ter sido o terceiro prefeito de Belo Horizonte. Sua forma de fazer política o levou a ser deputado estadual em 1892 e deputado federal em 1903, quando ajudou a aprovar a legislação proposta por Oswaldo Cruz, sobre a importância da vacinação. Foi governador de Minas Gerais em 1909, onde equilibrou as finanças do estado e criou 78 grupos e 1433 escolas. 

Com a política do “Café com Leite”, entre São Paulo e Minas Gerais, Wenceslau Braz foi lançado à corrida presidencial. Um de seus legados foi o desfecho da Guerra do Contestado, conflito armado na região entre Santa Catarina e Paraná. O governo de Braz também foi marcado por intensas questões da classe operária, com greves e manifestações. Nesta ocasião, o mineiro foi retratado em charges mantendo seu tom conciliador e passivo. Em 1917, Wenceslau assinou o decreto que revogou a neutralidade brasileira na Primeira Grande Guerra com a justificativa de ataque estrangeiro aos navios brasileiros.  

Wenceslau Braz ainda enfrentou a pandemia que ficou conhecida como “Gripe Espanhola”. O então presidente teve uma postura ativa e solidária.  Reunindo-se com todas as autoridades competentes e junto à primeira-dama, agiu na linha de frente ao visitar os doentes e distribuir alimentos. Mesmo envolvido em polêmicas durante sua trajetória, conseguiu consolidar a imagem de “São Wenceslau” com suas ações humanistas. 

Clique aqui para acessar o conteúdo completo em vídeo.

A visitação e a programação educativa/cultural do Palácio da Liberdade contam com patrocínio master da Copasa, realização do Governo do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Fundação Clóvis Salgado e do Circuito Liberdade. A correalização é da APPA – Arte e Cultura, através do Termo de Parceria firmado em 2023. As atividades culturais do Palácio da Liberdade integram o programa Minas Criativa.

Foto: Poly Acerbi