O Palácio da Liberdade é uma importante edificação que compõe o Circuito Liberdade, um dos maiores circuitos culturais do mundo. É o antigo local de trabalho do Governador de Minas Gerais, agora sediado no Edifício Tiradentes, na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. O edifício também foi residência de diversos chefes do Executivo estadual.
Sua pedra fundamental foi lançada em 07 de setembro de 1895 e o início de suas obras data de 25 de novembro do mesmo ano. Inaugurado em 1898, um ano após Belo Horizonte, foi palco de importantes acontecimentos da história do estado.
À época da transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte, pensou-se em construir a sede do governo e alguns dos órgãos a ele subordinados em um local privilegiado. Do alto da atual Avenida João Pinheiro, o Palácio da Liberdade permitia vista panorâmica da recém-construída cidade.
Em torno dele, outros edifícios sediavam as secretarias – mas algumas delas chegaram a funcionar dentro do Palácio. As palmeiras imperiais enfileiradas em frente ao portão principal da edificação formam até hoje um corredor que parece querer transportar as pessoas para a construção mais imponente do local.
O então Palácio Presidencial centralizava o poder nivelado acima da cidade e dos edifícios, afirmando hierarquia e suntuosidade. Para as ruas ao redor da Praça, se mudou o alto escalão do funcionalismo público vindo de Ouro Preto – tanto os alocados nas diversas secretarias e autarquias localizadas da Praça da Liberdade quanto os que trabalhavam dentro do Palácio. Em função disso, o bairro em torno do edifício foi nomeado de Funcionários – o que permanece até a atualidade.
Com um traçado eclético, o Palácio da Liberdade foi projetado pelo arquiteto José de Magalhães, mesclando elementos do classicismo romântico francês na fachada e neobarrocos e renascentistas italianos. No interior, a tão imponente escadaria foi fundida na Bélgica e trazida em blocos para o Brasil. Da França, vieram móveis, tapetes, cristais e até mesmo os talheres.
Paul Villon, em 1898, foi contratado para projetar os jardins do Palácio Presidencial. O mesmo profissional cuidou do paisagismo da Praça da Liberdade. Nas primeiras décadas, os jardins do Palácio eram prolongamentos da Praça, sem as grades que hoje cercam o edifício. O cercamento foi necessário em função do aumento do tráfego de veículos nas ruas ao redor do prédio a partir de 1967.
De influência inglesa, os jardins do Palácio aliam o verde ao concreto nas obras de arte, lago, quiosque, árvores, plantas, pedras e no belo orquidário. Apreciar seus elementos é remeter à época da construção da cidade de Belo Horizonte, bem como aspectos históricos, decorativos, simbólicos, além, é claro, da diversidade de espécies da flora.
Entre os anos de 2004 e 2006, o Palácio da Liberdade passou por intensa campanha de restauro. Hoje, já não é mais sede oficial do governo de Minas Gerais. Mas sua importância e centralidade permanecem. Seu impressionante estado de conservação convida para uma visita agradável e cheia de descobertas de elementos memorialísticos, políticos, arquitetônicos.
A equipe do Programa Receptivo e Educativo do Palácio da Liberdade, gerenciado pela APPA – Cultura & Patrimônio, promove visitação pública gratuita, além de diversas ações periódicas para democratizar o acesso ao espaço e aproximar a população daquele que era o centro do poder e hoje se tornou um dos mais importantes símbolos da memória e da história da cidade de Belo Horizonte e do estado de Minas Gerais.
A visitação e a programação educativa/cultural do Palácio da Liberdade contam com patrocínio master da Copasa, realização do Governo do Estado de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Fundação Clóvis Salgado e do Circuito Liberdade. A correalização é da APPA – Cultura & Patrimônio, por meio de Termo de Parceria firmado em 2023. As atividades culturais do Palácio da Liberdade integram o programa Minas Criativa.