Principal equipamento cultural do Circuito Liberdade, espaço seguirá aberto a visitação durante as obras
O Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e parceiros firmam compromisso, no último dia 6/7, para a restauração do Palácio da Liberdade. O projeto tem como objetivo a conservação do bem tombado desde 1975, tendo em vista a sua importância histórica, artística, arquitetônica e social para os mineiros.
O documento assinado nesta data reafirma o comprometimento com a realização do projeto de conservação e restauro na antiga sede do Governo do Estado e atual equipamento cultural do Circuito Liberdade. Para as intervenções, estão sendo direcionados R$ 10 milhões, valor que será repassado pelo Ministério Público.
Também firmam o compromisso o Município de Belo Horizonte, o Instituto Biapó e o Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CeMAIS). Pelo Estado, atuam na iniciativa a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Atualmente, o Palácio da Liberdade é o principal equipamento do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secult. Ele está de portas abertas ao público para visitação, além de receber eventos como o Arraiá da Liberdade, o 8º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e as Trocas de Guarda.
De 2022 até agora, foram 123.769 visitas ao Palácio, sendo 102.910 apenas em 2023. Somente o Arraiá da Liberdade reuniu 23.980 pessoas em três dias de festa, o que demonstra o compromisso da atual gestão com a democratização do acesso a este espaço público tão simbólico.
Espaço aberto
O Palácio continuará de portas abertas durante as obras, que devem durar em torno de 18 meses, e a própria restauração poderá ser acompanhada pelo público, por meio de visita ao “Ateliê de Restauração Aberto do Palácio da Liberdade”.
O espaço, parte de projeto de educação para o patrimônio, tem como objetivo garantir que todos possam conhecer sobre os processos de recuperação dos bens públicos, especialmente da importância do Palácio da Liberdade. A última obra realizada no local foi concluída em 2006, para solucionar problemas com infiltrações que prejudicavam o prédio e seu acervo artístico.
Obras
Serão realizadas diversas ações de restauração no Palácio da Liberdade. Um dos destaques é o projeto de iluminação cênica para destacar as fachadas externas e jardins, além de nova iluminação da área da piscina. Será realizada a revitalização das partes externas e internas com limpeza das superfícies das fachadas em pedra.
Outra novidade é a mudança de posição da tenda de eventos, que será transferida para a “quadra dos governadores”. No local onde está atualmente, será instalado espaço para orquestra, ampliando as possibilidades de apresentações artísticas nos jardins.
Como forma de manter as características e possibilitar o uso do bem cultural, está prevista a recomposição artística de forros, molduras e piso em tacaria do Quarto do Governador e do Quarto da Rainha.
A lista de ações de restauro inclui, ainda, a recuperação da cozinha e instalação de novos armários; complementação e adequação dos acessos e percursos de visitação; restauro de corrimões e rodapés, entre outras.
Acompanhamento
As obras do Projeto de Conservação e Restauro do Palácio da Liberdade serão acompanhadas pelo Iepha-MG com um Comitê de Avaliação e Acompanhamento. O grupo será formado por representantes do Governo do Estado, MPMG, Município de Belo Horizonte e o Instituto Biapó, responsável pelas obras. O comitê poderá, ainda, convidar representantes de outras instituições, sejam elas públicas ou privadas.
História
Inaugurado em 1898, o Palácio da Liberdade foi construído para sediar o Governo do Estado de Minas Gerais. A edificação está inserida em um espaço icônico da cidade, integrado ao conjunto de prédios construídos para abrigar as secretarias do governo, após a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte.
O empreendimento reflete a influência francesa na arquitetura do período. Os materiais utilizados na sua construção foram importados da Europa: armações de ferro das escadarias vindas da Bélgica; telhas de Marselha, madeiras de pinho-de-riga da Letônia; mármore de Carrara.
A pintura e a decoração do edifício são do artista Frederico Antônio Steckel. Os jardins são do arquiteto paisagista Paul Villon, enquanto os canteiros, divididos longitudinalmente por uma alameda flanqueada por palmeiras imperiais, foram projetados por Reynaldo Dierberger.
Por sua importância histórica, artística e arquitetônica, a edificação foi tombada pelo Iepha-MG em 1975, por meio do Decreto n. 16.956. O tombamento contemplou fachadas exteriores, áreas internas, elementos decorativos, jardins com fonte, esculturas, orquidário, quiosque e demais bens de valor cultural.
A visitação faz parte do projeto “Descubra o Palácio – Projeto de Museografia e Visitação Pública ao Palácio da Liberdade”, uma parceria da APPA – Arte e Cultura, financiado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da Copasa. A realização é do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio da Fundação Clóvis Salgado, e Circuito Liberdade. A correalização é da APPA – Arte e Cultura.
Texto: Secult-MG
Foto: Poly Acerbi/Divulgação